Poucas vezes me exponho, muito poucas mesmo...
E algumas vezes acho que perdi um pouco de mim com isso.
Sim, um pouco de mim, não abrindo.
Os 'poucos de mim' perdidos são tantos, que, bah, criei essa coisa aqui também pra isso: arregaçar a alma. Foda-se ser isso aqui virtual ou real, foda-se que o mundo possa ver tudo e saber esse tudo de mim. Haha! Que saibam algo ou tudo de mim? Nisso nenhum medo! Porque na verdade sei que não podem saber tudo de mim. E o que mostro para algumas poucas pessoas me surpreende e enriquece a ambos: pois, mais do que ninguém, sei que conhecer alguém profundamente rende frutos incessantemente importantes para que nos tornemos mais humanos, mais 'pessoas', mais gente.
O que ganharia me escondendo? Como se minha existência fosse alguma coisa pra lá de interessante...
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Pra Ele, O Príncipe, minutos atrás: MÔ!!! Meu Amor... Que saudades imensas! No meio do meu gélido humor de ultimamente, és uma das poucas coisas que acaloram a alma... Entra no MSN!!
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- Sabe por que eu fumei agora?
- Hahahahahhahaha, sei, deixa eu adivinhar!!!
- Porque estava triste.
A outra fica surpresa com a resposta, o semblante muda do risonho pro atento-meio-abatido:
- Mesmo?
E ela começou a desatar os emaranhados de sentimentos que aturdiam dentro. Porque se movem, creiam, se movem muitas coisas dentro de pessoas que aparentemente nem aparentam qualquer atividade.
- Mesmo, e de novo. De novo me vejo sem conseguir acordar, sem conseguir sair de casa... Hoje acordei, incrível, acordei! Consegui acordar! Tomei banho e tudo mais, passei hidratante, perfumes, vesti a calcinha... Lavei o cabelo... Tava pronta pra sair. E não consegui sair de casa. Só de pensar de ver pessoas, pegar ônibus com muita gente, ir pra aula do exercício que eu não consegui fazer, passar pelo meio da praça lotada de gente... E isso, mais do que isso, é 'de novo'. De novo isso, essa repetição, 'de novo', essa coisa que toma conta de mim e me sinto completamente incompetente diante dela, o pior, 'de novo'... Essa repetitividade me mata.
A outra ouvia as rasgações da alma com semblante complacente, meneava a cabeça, contraía de leve os lábios. Estava triste.
Continuou:
- Hoje eu estava fumando muito. E, a vontade bateu, de novo, e tal, e eu sabia que poderia ouvir uma reprimenda de minha irmã por isso quando fosse, de novo, fumar lá na frente. Na minha mente, comecei a tentar me preparar pro momento. Fiquei pensando o que dizer pra ela, tipo uma resposta pra quando falasse o fatídico 'menina, de novo?'... Na minha cabeça, eu, lá, por uns instantes parada, com o cigarro na mão, pensando o que diria, algo com voz calma, de gente explanadora: 'Minha irmã, deixa eu te explicar uma coisa que vai te ajudar muito a entender melhor o ser humano. Olhe, quando você vir alguém que está fumando muito, ou que está dormindo muito, comendo muito, saiba que alguma coisa está errada com aquela pessoa. Sempre que alguém faz muito uma coisa, dorme demais, come demais, fuma demais, tudo, a demasia é sinal de problema. E seria super legal se, ao invés de você vir a perguntar um 'de novo', você perguntasse 'por que' se está fazendo tanto alguma coisa...'
Peguei a pallm pac com cigarros e isqueiro dentro, seguindo pro caminho costumeiro de fumar.
- Menina, já vai fumar de novo? Faça isso não...
- Vou, Minha Irmã. Vou.
E narrou como nunca conseguia dizer nada, assim como não conseguia fazer nada do que planejava, seu aturdimento quando em meio a muitas pessoas, as dificuldades sentidas, enfim, foi vista por um ângulo por onde a outra pessoa nunca teria conseguido a enxergar.
Alma arregaçada, a outra olhava pros destroços, tristinha, agora melhor entendendo o sentido do 'triste' que ela estava dizendo-se estar, agora conhecendo um pouco mais profundamente o vácuo que ela contava existir dentro.
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São os louros de quem expõe: podem, portanto, submeter-se ao entendimento alheio.
Por isso escrevo. E que venha tudo, pois nem tudo são flores: os louros, o entendimento, o desentendimento, o 'ensimesmamento', todos os ensinamentos, todos os -mentos, de tormentos, pensamentos...
E algumas vezes acho que perdi um pouco de mim com isso.
Sim, um pouco de mim, não abrindo.
Os 'poucos de mim' perdidos são tantos, que, bah, criei essa coisa aqui também pra isso: arregaçar a alma. Foda-se ser isso aqui virtual ou real, foda-se que o mundo possa ver tudo e saber esse tudo de mim. Haha! Que saibam algo ou tudo de mim? Nisso nenhum medo! Porque na verdade sei que não podem saber tudo de mim. E o que mostro para algumas poucas pessoas me surpreende e enriquece a ambos: pois, mais do que ninguém, sei que conhecer alguém profundamente rende frutos incessantemente importantes para que nos tornemos mais humanos, mais 'pessoas', mais gente.
O que ganharia me escondendo? Como se minha existência fosse alguma coisa pra lá de interessante...
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Pra Ele, O Príncipe, minutos atrás: MÔ!!! Meu Amor... Que saudades imensas! No meio do meu gélido humor de ultimamente, és uma das poucas coisas que acaloram a alma... Entra no MSN!!
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- Sabe por que eu fumei agora?
- Hahahahahhahaha, sei, deixa eu adivinhar!!!
- Porque estava triste.
A outra fica surpresa com a resposta, o semblante muda do risonho pro atento-meio-abatido:
- Mesmo?
E ela começou a desatar os emaranhados de sentimentos que aturdiam dentro. Porque se movem, creiam, se movem muitas coisas dentro de pessoas que aparentemente nem aparentam qualquer atividade.
- Mesmo, e de novo. De novo me vejo sem conseguir acordar, sem conseguir sair de casa... Hoje acordei, incrível, acordei! Consegui acordar! Tomei banho e tudo mais, passei hidratante, perfumes, vesti a calcinha... Lavei o cabelo... Tava pronta pra sair. E não consegui sair de casa. Só de pensar de ver pessoas, pegar ônibus com muita gente, ir pra aula do exercício que eu não consegui fazer, passar pelo meio da praça lotada de gente... E isso, mais do que isso, é 'de novo'. De novo isso, essa repetição, 'de novo', essa coisa que toma conta de mim e me sinto completamente incompetente diante dela, o pior, 'de novo'... Essa repetitividade me mata.
A outra ouvia as rasgações da alma com semblante complacente, meneava a cabeça, contraía de leve os lábios. Estava triste.
Continuou:
- Hoje eu estava fumando muito. E, a vontade bateu, de novo, e tal, e eu sabia que poderia ouvir uma reprimenda de minha irmã por isso quando fosse, de novo, fumar lá na frente. Na minha mente, comecei a tentar me preparar pro momento. Fiquei pensando o que dizer pra ela, tipo uma resposta pra quando falasse o fatídico 'menina, de novo?'... Na minha cabeça, eu, lá, por uns instantes parada, com o cigarro na mão, pensando o que diria, algo com voz calma, de gente explanadora: 'Minha irmã, deixa eu te explicar uma coisa que vai te ajudar muito a entender melhor o ser humano. Olhe, quando você vir alguém que está fumando muito, ou que está dormindo muito, comendo muito, saiba que alguma coisa está errada com aquela pessoa. Sempre que alguém faz muito uma coisa, dorme demais, come demais, fuma demais, tudo, a demasia é sinal de problema. E seria super legal se, ao invés de você vir a perguntar um 'de novo', você perguntasse 'por que' se está fazendo tanto alguma coisa...'
Peguei a pallm pac com cigarros e isqueiro dentro, seguindo pro caminho costumeiro de fumar.
- Menina, já vai fumar de novo? Faça isso não...
- Vou, Minha Irmã. Vou.
E narrou como nunca conseguia dizer nada, assim como não conseguia fazer nada do que planejava, seu aturdimento quando em meio a muitas pessoas, as dificuldades sentidas, enfim, foi vista por um ângulo por onde a outra pessoa nunca teria conseguido a enxergar.
Alma arregaçada, a outra olhava pros destroços, tristinha, agora melhor entendendo o sentido do 'triste' que ela estava dizendo-se estar, agora conhecendo um pouco mais profundamente o vácuo que ela contava existir dentro.
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São os louros de quem expõe: podem, portanto, submeter-se ao entendimento alheio.
Por isso escrevo. E que venha tudo, pois nem tudo são flores: os louros, o entendimento, o desentendimento, o 'ensimesmamento', todos os ensinamentos, todos os -mentos, de tormentos, pensamentos...
2 comentários:
Sobre a primeira parte, o arregaçar a alma... é o que fazemos em blogs, não? Mas as pessoas são tão desatentas ou vis que não entendem metade do que se quer dizer de fato.
A personagem é bem caricata, difícil não se identificar com ela e com os textos formulados que jamais são ditos, caem, simplesmente, em esquecimento.
O vício por um alento, a falta de esperança, o conforto distante em um mente de constante tráfego... realmente isto lembra os dias atuais,de fato a apatia de hoje, reside bem mais em tons de esperança.
Textos, podem ser inspirados pra lembrar,esquecer, ler, proteger ou destruir. É uma pena que o capitalismo democrático tenha aberto a capacidade da criação, ao mesmo tempo que tenha amplificado o valor comercial da escrita , associando este a um planejamento de divulgação adaptativa e progressiva.
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